Se está prestes a dar à luz, pode ter dúvidas sobre o que é um plano de parto e se realmente precisa de um.
Neste artigo explicamos a origem destes planos, a informação que devem conter, bem como alguns dos elementos chave que necessitam para serem eficazes.
Mas antes de explicar o que eles são, é importante introduzir algum contexto para compreender a sua importância hoje.
De casa para o hospital
Provavelmente já ouviu o ditado "as mulheres costumavam dar à luz em casa e nada aconteceu".
Há alguma verdade nesta frase, porque até cerca de 1930 a maioria das mulheres deu à luz em casa, assistidas por enfermeiras ou mesmo por familiares e conhecidos com diferentes graus de conhecimento sobre o parto. No entanto, as complicações eram relativamente frequentes e a experiência tanto para a mãe como para o bebé era muito diferente da experiência do parto de hoje.
A partir desta data, a maioria dos nascimentos começou a ser transferida para o hospital e com isso foi dada uma certa 'medicalização' a um acontecimento que até então tinha sido vivido como um momento fisiológico, apenas mais uma expressão do ciclo reprodutivo de uma mulher.
O que é um parto normal?
As primeiras décadas de prevalência dos nascimentos hospitalizados caracterizaram-se por um elevado nível de intervenção dos ginecologistas e um papel limitado para as parteiras.
O tratamento do parto como patologia levou a abusos na utilização de certas práticas, até 1996, quando a Organização Mundial de Saúde publicou o seu famoso relatório intitulado "Cuidados no parto normal: um guia prático".
Este relatório classificou as práticas frequentemente utilizadas durante o parto em quatro categorias:
- Práticas que devem ser promovidas
- Práticas que devem ser eliminadas por serem ineficazes ou prejudiciais
- Práticas que requerem estudo adicional e devem ser utilizadas com cautela até que mais informação esteja disponível
- Práticas frequentemente utilizadas de forma inadequada
Como podem imaginar, este relatório foi um ponto de viragem na humanização do parto, e na compreensão actual do parto normal.
O que está num plano de parto
Diz-se que os primeiros planos de nascimento surgiram nos Estados Unidos no século XIX e foram inicialmente acordos comunicados verbalmente à família e aos conhecidos próximos que iriam assistir à mulher no dia designado.
Após a hospitalização, os planos de parto hospitalar tardaram a aparecer, tendo os primeiros surgido em França e Inglaterra por volta dos anos 60.
No entanto, estes planos inicialmente continham apenas aquilo que as mulheres indicavam expressamente que não queriam. Concentraram-se apenas em evitar certas práticas, algo que se tinha tornado tão necessário na altura.
O plano de nascimento de hoje, felizmente, inclui outras informações, e deve conter principalmente respostas às seguintes perguntas:
- Que opções tenho e quero utilizar para conforto e alívio da dor?
- Que pessoas quero ajudar-me e acompanhar-me?
- De que é que preciso para me sentir seguro?
- Que alternativas tenho para diferentes situações que podem surgir durante o parto?
Recomendações para escrever as suas
Este é um documento no qual você e o seu parceiro explicam as suas preferências e respondem a estas perguntas, com o objectivo de orientar os profissionais que o acompanharão durante o nascimento.
O que deve ter em conta na elaboração do seu? Aqui estão alguns pontos-chave:
- Tente manter o documento tão claro e curto quanto possível, isto facilitará a compreensão dos seus desejos.
- Lembre-se que o pessoal que o assiste pode recusar-se a realizar qualquer prática que considere ser uma negligência médica.
-
Deve entregá-lo por escrito no registo do hospital e geralmente recomenda-se que leve consigo uma cópia impressa no dia do nascimento.
- Informe-se de antemão sobre como ocorre um nascimento, bem como sobre as medidas de alívio da dor à sua disposição.
- Lembre-se que pode alterar o seu plano de nascimento em qualquer altura, pois não se trata de um documento vinculativo.
Esperamos que estas dicas o encorajem a informar-se e a escrever o seu plano de nascimento, um documento importante para proteger os seus interesses num momento crucial.
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